O unicório: imaginação, imaginário e fantasia
Memória do VI Simpósio do Laboratório da Representação Sensível realizado nos dias 5, 6 e 7 de dezembro de 2007.
Apresentação
O unicórnio existe? Essa questão, formulada no decorrer do II Simpósio LaRS, remetia, na ocasião, à questão semiótica de uma ancoragem do referente em uma realidade externa ao signo; remetia, ainda, ao estatuto ontológico da representação e mesmo às acepções do próprio termo “existência”. Essas questões, evidentemente, permaneceram em aberto…
Neste VI Simpósio, evocamos novamente o Unicórnio, que desde então foi adotado pelo LaRS, junto à imagem de Dom Quixote, como uma espécie de insígnia. O animal fabuloso, assim como o Cavaleiro da Triste Figura, representam a posição defendida ao longo dos anos pelo próprio Laboratório: híbrido, implausível, atópico. Como o Unicórnio e o Cavaleiro de la Mancha, para além de existir, o LaRS insiste e resiste. Insiste em reiterar a máxima barthesiana do saber – algum saber – com o máximo possível de sabor. Resiste à melancolia burocrática do saber institucionalizado, aos seus escaninhos disciplinares, às suas pontuações e classificações.
Desta feita, limitaremos a nossa discussão aos territórios em que a “existência” do Unicórnio é incontestável: o imaginário, a imaginação, a fantasia. Como podemos entender esses termos, e como se articulam entre si? Qual é o seu papel na prática, no ensino e na pesquisa do design?
Este Simpósio é, pois, uma celebração e uma incitação. Visa provocar e acolher todos os trabalhos e pesquisas que se apresentam como alternativas, esquivas, idiossincrasias e reviravoltas em relação aos caminhos bem trilhados do saber institucional, tanto no Design quanto nos diversos campos que lhe são, de alguma maneira, afeitos. Por isso, a sua temática remete aos “lugares” provavelmente habitados pelo Unicórnio: a imaginação, o imaginário, a fantasia. Lugares pouco visitados pela saber burocrático. Paragens que certamente interessam tanto aos designers quanto aos praticantes de outros fazeres afins.
Artigos
A construção social da fantasia
Alberto Cipiniuk
O unicórnio através do espelho: o reino do
imaginário
Denise Portinari
O entrecruzar de percursos para além do
existir: discutindo o processo de comunicação no Design
Jackeline Lima Farbiarz
O Unicórnio nas constelações hipermidiáticas:
imaginação, fantasia e interação
Mônica Moura
Projetando o que os olhos não conseguem
perceber
Rita Maria de Souza Couto
No tempo das carroças, os unicórnios corriam
livres pelas estradas brasileiras· automóveis míticos na história do design
automotivo brasileiro
Claudio Lamas de Farias
O papel da imaginação no design
Gisella Belluzzo de Campos
Design sustentável… é possível?
Leila Lemgruber Queiroz
“Lá vão leis onde querem reis” (os
dividendos da crença)
Marcela Vianna Lacerda de Almeida
Do figurativo ao figural: uma reflexão sobre
a figura em Francis Bacon e Ryan
Índia Mara Martins
Ora (dizei), ver unicórnios; os unicórnios da
vida
Luiz Antônio L. Coelho
A configuração do espaço cênico em Roque
Santeiro
Maria Cristina Volpi Nacif
Imaginário, cinema e suas representações
gráficas
Simone Albertino
Resignificação do imaginário no jogo
eletrônico por meio do design
Adriana Kei Ohashi Sato
Jogos eletrônicos como ambientes de criação
Francisco Oliveira de Queiroz
O designer de moda como um fabulador de
territórios sensíveis
Rosane Preciosa
O desenho de uma exposição ou a imaginação do
outro através dos obietos
Carla Dias
“O paradigma da mimesis no mundo imaginário da
literatura infantil “
Bárbara Jane Necyk, Nathalia Chehab de Sá Cavalcante e Cristiane Oliveira
Marina Colasanti, “entre leão e
unicórnio”, uma leitura
Eliana Yunes
Sonho e fantasia para o dia da visita do
unicórnio
Jofre Silva
Isto não é Macunaíma: o momento em que o
herói flutua
Marcelo G. Ribeiro
A dimensão epidérmica do imaginário
contemporâneo
Isabela Frade
Corpos queers ou corpos polimorfos?
Michael Medeiros de Morais
“Mr. Sandman, bring me a dream, make him
the cutest that l’ve ever seen”: um ensaio barthesiano sobre os
relacionamentos sexuais e afetivos da homossexualidade masculina
Simone M. B. Medina Wolfgang
Chic e sorridente: o ieito “copacabana”
de ser
Stela Kaz
Fonética dos deuses: os shivas sutras como
sementes gramaticais
Carlos Pittella
Eloísa e o Unicórnio
Inês Carneiro, Angela Lopes e Michelle Lopes Carneiro
A cabeça da medusa: o mito e a imagem
Isabela Fernandes
Ï – Grafia Corporal
Marilu de Cerqueira e Geórgia Victor
Sobre gatos e gambiarras: práticas populares
e artefatos contemporâneos
Barbara Szaniecki
Nietzsche na cidade de Turim: a arquitetura e
a filosofia imaginárias
Jorge Ricardo Santos de Lima Costa
Carnaval imaginado ou imaginação
carnavalesca?
Madson Luis Gomes de Oliveira
O adulto e o Infantil em “Êta,
seu bonequeiro!”
Nilton Gamba
Jr.
A presença da nacionalidade pela
representação simbólica: a marca BR na cultura brasileira
Patrícia Rocha Sabóia
Premissas metodológicas para a análise e
confecção de representações visuais destinadas ao consumo
Rosana Costa Ramalho de Castro
Shepard Fairey e a sua perturbação da
semiótica de consumo
Tiago Cambará Aguiar
Lugar da metáfora no Design
licinio de Almeida Jr. e Vera Lucia Nojima
Local: PUC Rio, Auditório do Rio Data Centro (RDC)
Rua Marquês de São Vicente, 225 – Gávea